Dinâmica de Grupo

O que é dinâmica de grupo?
A expressão Dinâmica de Grupo surgiu pela primeira vez num artigo publicado por Kurt Lewin, em 1944, onde tratava da relação entre teoria e prática em Psicologia Social.
Dynamis é uma palavra grega que significa força, energia, acção. Quando Kurt Lewin utilizou essa expressão e começou a pesquisar os grupos, seu objetivo era o de ensinar às pessoas comportamentos novos através de Dinâmica de Grupo, ou seja, através da discussão e de decisão em grupo, em substituição ao método tradicional de transmissão sistemática de conhecimentos. (www.fontedosaber.com/administracao/tudo-sobre-dinamica)

Tema:
Resolução de conflitos entre arrumadores de carros toxicodependentes da zona de Matosinhos, que disputam lugares de estacionamento entre si.
Titulo:
“Mostra a pessoa que há em ti”
Diagnóstico:
Arrumadores de carros que diariamente entram em conflito por causa das zonas de habitual “trabalho”. São pessoas que facilmente se descontrolam, agressivas, impulsivas, sozinhas e com uma baixa auto estima.
Objectivos:
Geral: Ter consciência dos comportamentos
Específicos: Favorecer a livre expressão de desejo de mudança
Encontrar nos outros um amigo e não um rival
Deixar transparecer o ser humano incrível que é cada um
Caracterização do Público-alvo
Este grupo é constituído por sete elementos, dos quais 4 homens e 3 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 32 anos. Todos eles residem na área metropolitana do Porto, mais concretamente em Matosinhos, uma zona onde cresce esta problemática a cada dia. É frequente assistirem-se a comportamentos que reportam agressividade, em especial quando são invadidas as zonas destinadas a cada um. São pessoas com uma baixa auto estima, sem grandes objectivos futuros e carentes. A tarefa de arrumar carros é o meio de alcançarem algumas economias, e a formar de sustentarem vícios como a droga.
Descrição da actividade

1º Numa sala ampla, escura e com as cadeiras em meia-lua o grupo assiste a um pequeno filme. Este filme foi feito sem o conhecimento deles e retrata-os numa tarde enquanto arrumadores de carros. No filme é visível alguns comportamentos menos adequados e a ideia é confrontá-los com algumas das suas atitudes.
2º Após a visualização do filme são convidados a participarem no jogo dos problemas. É dado a cada elemento um balão de cores diversificadas, um papel e uma caneta; o animador pede a cada um que escreva no papel um dos problemas que gostariam de mudar. O papel é dobrado e colocado dentro do balão que será cheio e amarrado. O jogo irá passar por três fases:
Na primeira fase cada um irá ocupar um determinado espaço da sala lançar o balão sem o deixar cair ao chão.
Na segunda fase é pedido aos jogadores que se comecem a aproximar mais uns dos outros e que lancem o balão para um colega. A ideia é trocarem os balões sem permitir que estes caiam.
Na terceira fase o animador pede a alguns dos jogadores que se retirem do jogo, deixando um número inferior de colegas a tomarem conta dos balões. A retirada dos elementos é feita de forma gradual e a intenção é deixar só um dos elementos responsável por todos os balões. Evidentemente que este não conseguirá suportar os sete balões no ar e os deixará cair no chão.
3º Os elementos pegam cada um no seu balão e sentam-se novamente nas cadeiras. É hora de reflectir: no inicio do jogo cada um lançava o balão para si mesmo, ora é aquilo que na maior parte das vezes acontece, é cada um por si. Quando nos aproximamos do colega e através da troca de balões, aumenta a nossa partilha. Muitas vezes no nosso dia-a-dia isso não acontece. Pior foi quando ficou uma pessoa sozinha a tomar conta de tantos balões. Balões carregados de problemas, imaginem só o peso…é muito difícil aguentarem tudo sozinhos é imprescindível partilhar os nossos problemas. É neste sentido de partilha, que cada um vai rebentar o seu balão do jeito que quiser.
4º Lembrem-se que ao rebentar o balão estão a desejar mudar este problema que vos incomoda. Está na hora de partilhar os nossos problemas uns com os outros, cada um vai ler o que escreveu no papel. Ao ler podemos constatar que não estamos sozinhos a carregar os nossos problemas e que alguns até serão comuns…
5º Após esta partilha são convidados a participarem no próximo jogo “todos no mesmo saco”. Ao fundo da sala está um saco gigante, o grupo tem de se enfiar dentro do saco e dar uma volta completa à sala. Este jogo vai eliminar a barreira das zonas, pondo todos a trabalharem numa zona comum. A comunicação é imprescindível para conseguires contornar a sala sem caírem. O nome todos no mesmo saco elucida que na diferença conseguimos ser todos iguais.
6º Depois da partilha de problemas e de um trabalho conjunto os elementos voltam a sentar nas cadeiras. É perguntado pelo animador “Lembram-se do filme que vimos logo no inicio? Lembram-se de como eram agressivos uns com os outros? Cada um tinha a sua zona e esta não podia ser invadida. Pois é, aqui nesta sala vós fostes diferentes, partilhaste problemas, partilhaste o mesmo espaço… e agora, quereis voltar a ter aquele tipo de comportamento uns com os outros?” é deixado algum tempo para reflectirem.
“Nenhum de nós tem tudo de mau - diz o animador. Aliás ninguém é mau, as circunstâncias da vida é que muitas vezes nos levam a tomar rumos e a fazer coisas que sabemos que são erradas, não é?
Ora então vamos fazer outro jogo “sou assertivo/sou agressivo”
Vamos relembrar situações do nosso dia-a-dia em que nos consideramos assertivos. Ser uma pessoa assertiva é defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros. Por exemplo:
- Capacidade de expressar opiniões pessoais
- Capacidade de fazer e recusar pedidos
- Capacidade de fazer e receber elogios
- Capacidade de expressar afectos
- Capacidade de iniciar e manter conversas
E agora situações em que fomos agressivos.
Por exemplo:
Comentários humilhantes, insultos, ameaças
Gestos ameaçadores, violência física
O animador conduz o diálogo para que façam uma auto análise sobre os seus comportamentos
7º E por fim pergunta:
“Estais na disposição de mudar…quereis fazer esse esforço???”
Agora abrem-se os estores da sala, deixando a luz entrar.
Àqueles que demonstrarem vontade de mudar é dada uma pequena lembrança, esta significa que ainda é possível mudar e lembra: “MOSTRA A PESSOA QUE HÁ EM TI!” para isso não se esqueçam, não estejam no escuro, deixem a luz entrar.
É entregue um inquérito anónimo sobre a relevância deste encontro.
Fim da dinâmica.
Tempo de execução:
+ ou menos 90 minutos (depende da participação dos elementos no diálogo)
Característica do local
Uma sala ampla com sete cadeiras. Inicialmente esta sala deve estar escura
Recursos:

Humanos: 1 educador socioprofissional
Físicos: 1 sala ampla e cadeiras
Materiais: balões, papel, caneta, saco gigante, lembrança final
Instrumentos de avaliação

- Observação directa
- Partilha de experiências
- Algumas questões lançadas
- Inquérito final
Documentos
Sem documentos
Observações

Ao longo do encontro o animador deve estar atento ao grau de interesse dos elementos e fomentar a participação e a motivação de todos. Deve dar ênfase ás situações que deseja que sejam mais focadas e trabalhadas, tais como reconhecer comportamentos.
Bibliografia da Dinâmica
Mendes, Sabina (2007) “83 Jogos Psicológicos para a dinâmica de grupos” Lisboa, Paulus Editora
Sitografia da Dinâmica
http//www.formador.com.br (dinâmicas de Grupo) consultada a 13 de Junho de 2011