Técnicas de Grupo

Escudo da personalidade
Esta técnica tem como principal objectivo o auto-conhecimento e o dar-se a conhecer aos outros. Consiste construir, através de desenho, colagens, pintura, etc características que definam a personalidade. Pretende-se a representação dos aspectos que melhor identifiquem a pessoa, citando os seus interesses, as qualidades, defeitos, medos e angústias, as suas alegrias, etc.
O meu escudo da personalidade foca essencialmente os quatro pilares que me suportam:
- a família, símbolo de protecção e segurança
- os amigos, símbolo da amizade e da confiança
- o trabalho, símbolo de responsabilidade e sustento
- a natureza, símbolo de força e coragem
Os olhos representam a minha curiosidade, o meu estado sempre alerta a observar tudo quanto me rodeia. O ponto de interrogação representa as dúvidas constantes que enfrento a cada dia.
No fim é feita uma partilha com os outros elementos dando a conhecer um pouco mais da nossa identidade pessoal.

Grafema da Personalidade
Esta técnica assemelha-se à do "escudo da personalidade", embora se pretenda apenas encontrar uma única característica do indivíduo. Deve-se ter em conta a letra inicial do nome da pessoa e encontrar um adjectivo que reflicta a personalidade do sujeito e que inicie por essa mesma letra.
O Grafema da Personalidade é uma técnica de quebra-gelo que pode ser aplicada em qualquer faixa etária.
Consiste em realçar aspectos positivos da pessoa e com a particularidade de que deverão iniciar pela primeira letra do nome.

Brainstorming 
Esta técnica apela à imaginação e criatividade dos seus participantes. É um método que tem como objectivo a produção de ideias novas e originais para solucionar um problema, apresentando por isso, um enorme potencial educativo. Posteriormente, são escolhidas as ideias que melhor representem o tema debatido.
• Óptima para encontrar novas ideias e soluções;
• Promove e desperta a criatividade, a espontaneidade e a capacidade de imaginação;
• Conduz a um clima de libertação onde todas as ideias são aceites.
O grupo de trabalho não deve exceder os 10 participantes.
A execução desta técnica não deverá ultrapassar 1 hora.


Philips 66
Consiste no fraccionamento de um grupo numeroso em pequenos grupos a fim de facilitar a discussão. A denominação provém de ter sido J.D. Phillips a difundir esta técnica, e por serem os pequenos grupos formados por 6 pessoas que discutem o assunto durante 6 minutos. Entretanto, essa característica não é rígida, podendo o grupo alterar tanto o número como o tempo, de acordo com a conveniência. A técnica permite a participação de todos os presentes numa atmosfera informal; estimula a troca de ideias, encoraja a divisão de trabalho e a responsabilidade; ajuda os membros a se libertarem de suas inibições e participação num debate.
Tendencialmente, esta técnica segue os seguintes passos:

1. O director (docente ou aluno nomeado) coloca o tema a abordar e convida à organização dos grupos de 6 pessoas;

2. Cada grupo nomeia um orientador/coordenador e um porta-voz/secretário que têm a função de orientar a discussão e apresentar as conclusões, respectivamente;

3. O Director dá início aos trabalhos e controla o tempo de 6 minutos;

4. O orientador/coordenador de cada grupo procede igualmente ao controlo do tempo, permitindo que cada elemento apresente a sua opinião, enquanto o porta-voz/secretário toma conta das mesmas;

5. Terminado o tempo, o director solicita aos vários porta-vozes/secretários que comuniquem ao auditório as conclusões do grupo respectivo, escrevendo as mesmas no quadro.

Esta técnica é útil para:
a.Obter informações do grupo e sobre seus interesses, problemas, etc.
b.Levantar dados e sugestões dos participantes para aproveitamento no planejamento de actividades
c.Criar um clima de receptividade que facilite o aprendizado.
d.Analisar e buscar soluções para problemas.
e.Maior participação operativa e efectiva de todos os membros do grupo.
Focus Grupo
O uso de focus grupo  é um método de investigação social já consolidado, que assume a forma de uma discussão estruturada que envolve a partilha progressiva e a clarificação dos pontos de vista e ideias dos participantes. Usado inicialmente em estudos de mercado, é agora extensamente aplicado a uma variedade de contextos de aplicação e de investigação académica com vista à produção de informação e de conhecimento. A técnica tem particular interesse na análise de temas ou domínios que levantam opiniões divergentes ou que envolvem questões complexas que precisam de ser exploradas em maior detalhe.
O focus grupo faz parte de um conjunto de métodos de discussão baseados em grupos. Envolve um grupo homogéneo de cerca de cinco a doze pessoas que se reúnem por um período de cerca de uma hora e meia a duas horas. A interacção do grupo é moderada por um facilitador que estabelece os tópicos ou perguntas para discussão.
O focus grupo torna possível reunir e recolher uma vasta quantidade de informação qualitativa num espaço de tempo relativamente curto. Ao partilhar e comparar as suas experiências e pontos de vista, os participantes geram novos conhecimentos e entendimentos. O método permite ao facilitador examinar as diferentes perspectivas dos participantes, à medida que estas forem sendo construídas pela sua participação dentro de uma rede social, e examinar a forma como as discussões se vão configurando em conversas que decorrem naturalmente num contexto de grupo.
 O papel de moderador desempenhado pelo facilitador na discussão do focus grupo tem o intuito de dar abertura à discussão e de alargar oportunidades de resposta. O focus grupo pode revelar-se um meio eficaz para avaliar temas delicados.


É aconselhável seleccionar os participantes antecipadamente no sentido de garantir que haja um determinado grau de homogeneidade
O número ideal de participantes é de cerca de 5 a 12 pessoas, para que cada um tenha oportunidade de intervir. Geralmente, os participantes não se conhecem, criando assim um ambiente de abertura e possibilidade de se expressarem livremente.
Os moderadores têm de possuir boas capacidades de comunicação, sensibilidade relativamente às questões em discussão e capacidade de explorar um tópico no sentido de conseguir uma discussão mais aprofundada,
A presença de uma segunda pessoa no grupo, o secretário poderá revelar-se útil,  para registar o andamento dos trabalhos, enquanto o moderador conduz a discussão.
É importante definir e limitar com cuidado os tópicos abordados, dado que todos os participantes têm de ter uma oportunidade para participar na discussão. Geralmente são feitas cinco a sete perguntas formuladas em linguagem corrente. As perguntas têm de ser cuidadosamente definidas e organizadas seguindo uma sequência.
A informação recolhida é codificada para se poder organizar os resultados em relação aos objectivos de avaliação
(http://www.observatorio.pt/download.php)
ROLE PLAYING
Consiste na encenação de um problema ou situação no campo das relações humanas, por duas ou mais pessoas, numa situação hipotética em que os papéis são vividos tal como na realidade. A síntese desses papéis é um dos aspectos mais importantes do método. Os que vão encenar devem compreender o tipo de pessoa que dever interpretar durante a dramatização. O resumo do papel deve conter apenas a condição emocional e as atitudes a serem adoptadas, sem detalhes sobre aquilo que deverá ocorrer durante a apresentação.
Esta técnica permite a informalidade e assegura a participação psicológica do indivíduo e do grupo; elimina as inibições e facilita a comunicação. Os principais objectivos são:
- Consciencializar os participantes da existência de outros papéis sociais diferentes dos seus
- Desenvolver as suas capacidades de compreensão e de adaptação
- Preparar os participantes para a solução de problemas que surgirão posteriormente
 A técnica do Role Playing é útil para:
a.Desenvolver a capacidade de relacionamento com outras pessoas através da compreensão da natureza do comportamento humano.
b.Fornecer dados de relações humanas que podem ser utilizados para análise e discussão.
c.Facilitar a comunicação, "mostrando" e não "falando".
d.Oportunidade para que os indivíduos "representem" seus problemas pessoais. Os que na vida real não puderam reconhecê-los, compreende-los, quando viverem em cena, irão reconhecer sua falta de habilidade para lidar com os outros, podendo aprender a enfrentar o seu problema ao vê-lo retratado no grupo.
e.Criar no grupo uma atmosfera de experimentação e de possível criatividade.
Autoscopia
A Autoscopia é um procedimento de recolha de dados que se baseia numa vídeo gravação de uma determinada prática, para efeitos de análise e auto-avaliação, por parte de um ou mais protagonistas da mesma.
O objectivo dessa vídeo gravação é proceder a um registo fílmico do desenvolvimento da acção dos ditos protagonistas, com o intuito de eles próprios a perceberem, no contexto e enquadramento de uma situação, através de sessões auto-reflexivas de análise.

Micro-ensino
Trata-se de uma técnica de formação de educadores, em que estes ensinam um grupo reduzido de alunos durante um curto espaço de tempo, enquanto são observados por um supervisor. Finalizada a aula, este comentará o desempenho do educador que, com base nisso, procurará melhorá-la e reorganizá-la para a ministrar novamente a um outro grupo de alunos.
Deste modo, esta técnica visa um acréscimo da eficiência, considerando que esta será alcançada através da redução da complexidade dos factores envolvidos no ensino, tais como o tempo, o número de alunos e os conteúdos.
Simulação
É a reconstituição de uma situação concreta. Os individuos em situação de simulação desempenham papéis muito próximos dos que normalmente assumem ou vêm assumir no quotidiano.
os principais objectivos são:
- Suscitar reacções perante a situação
- Testar as capacidades dos individuos em presença de situações novas
- Provocar a reflexão sobre as reacções, ou sobre a ausência de reacção, atitude, etc